Honestália dos Reis Mousinho
Fui grandemente abençoada por ter desfrutado da convivência, desde bebê, dessa mulher fascinante que é Honestália dos Reis Mousinho. Mesmo depois de muito velhinha, quando os sinais de Alzeimer já se mostravam e ela mesma já não se lembrava de seu passado, ainda se podiam ver traços de mulher forte, que foi educada por bons pais, que lhe ensinaram os primeiros passos da fé em Deus, que cuidou de 5 filhos praticamente sozinha e que ajudou a cuidar de muitos netos.
Vovó Lilita tinha a força da mulher de 1920, que criava os filhos, cuidava do marido, era boa filha, boa vizinha, mãe companheira, enquanto bordava flores de rococó e ninhos de abelha, fazia flores de papel, tecia coloridas toalhas de crochê, costurava roupinhas para os filhos e escrevia lindas cartas para as amigas.
Era o tipo de avó que todo mundo gosta de ir visitar e passar o dia todinho. Agradável, amorosa com as crianças, de um bom humor cativante e com uma disposição que pouco se vê. Se houvesse descuido, lá estava ela varrendo as folhas do quintal e, em pouco tempo, as recolhendo e pondo para fora.Não gostava muito de beijos e nem que lhe dessem beijos. Mas seus olhos doces enchiam-nos de um carinho que nem todos os beijos do mundo podem dar. Um abraço de aconchego que as mãos de criança se perdiam naquela cintura larga. Rodelas de batata doce fritas que chegavam no prato, aonde estivéssemos brincando, prontinhas para comer. Histórias que se iniciavam tão logo eram desejadas e repetidas tantas vezes quantas eram solicitadas.
Cheiro de Alma de Flores no cabelo prateado... sorriso generoso. A virtude por toda uma vida! Essa era Lilita.
*escrito por Raissa Thelma Mousinho Bezerra Villar
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